Estudantes da Universidade Estadual Paulista (Unesp Rio Claro) usam as redes sociais para alertar sobre os constantes assaltos na região do campus. A iniciativa chamou a atenção da Polícia Militar, que interage com os alunos e planeja ações. Criada há um mês, a página com mais de 2 mil participantes reúne relatos de ao menos 30 pessoas que foram assaltadas no período.
A estudante Maria Caroline Barreto foi quem montou o espaço na rede social Facebook. Os depoimentos revelam o medo de assaltos e alguns compartilham experiências. “A partir do momento que todos reportassem poderíamos traçar um perfil de que forma esses assaltos estariam acontecendo para tomarmos algumas medidas”, afirmou.
Em frente ao campus é fácil encontrar quem já foi vítima dos assaltantes. O estudante de ciências biológicas Thalles Ribeiro sentiu no bolso o prejuízo, já teve a bicicleta roubada várias vezes. “Essa é a minha quinta bicicleta, já me roubaram uma aqui na faculdade e três outras na minha casa”, afirmou.
O prejuízo da aluna Ana Estela Nunes foi ainda maior, ela encontrou o carro arrombado, sem rádio e sem bateria na cidade Rio Claro. “Fico com medo porque não dá vontade nem de deixar o carro na rua e eu preciso do carro aqui”, disse.
A república de Sara Romero Furlan, onde vive com mais sete amigas, também foi roubada. Os assaltantes cortaram a cerca elétrica, entraram no quintal e levaram as bicicletas. “Não temos mais a liberdade de deixar a porta da sala aberta, a gente sempre tranca porque não tem como não ficar com medo”, comentou.
Durante as férias, a república do estudante Dhemerson da Costa também foi assaltada e vários equipamentos foram levados. No fim do mês passado, ele e a namorada andavam pela rua quando foram abordados por dois homens, que levaram os celulares. “Na hora não deu pra ver se eles estavam armados ou não, mas é melhor não reagir”, disse.
Polícia
A delegacia na cidade de Rio Claro também participa do grupo e interage com os alunos. Uma das medidas já tomadas foi reforçar o policiamento no horário de entrada e saída das aulas, incluindo o uso de cães da Polícia Militar dentro e fora do campus.
O capitão Rodrigo Arena, da seção de comunicação da PM, aprova a iniciativa, mas lembra que é preciso denunciar. Apesar de vários caos terem sido citados, apenas quatro boletins de ocorrência foram registrados.
“Tentamos identificar quem é o autor desse roubo e levá-lo até a Justiça para ser responsabilizado e é importante também para que a polícia saiba onde estão acontecendo os roubos e direcione o policiamento preventivo para esses locais”, explicou.
Fonte: G1