Mesmo com a redução de 88,7% nos casos de dengue em janeiro deste ano, em comparação ao mesmo período de 2011, os profissionais da Unidade Básica de Saúde (UBS) Paraisópolis III não descuidam do assunto. No mês de fevereiro, criaram um espaço na unidade que reúne criatividade e dicas simples para controlar a doença. “O objetivo do trabalho é sensibilizar os agentes de saúde e criar multiplicadores na comunidade”, explica a gerente da UBS, Aline Kalleo.
Em parceria com dois artesãos da região, a equipe amarela de Estratégia Saúde da Família (ESF) montou, no jardim de inverno da UBS, um cenário com uma casa de garrafas pet, mosquitos Aedes aegypti e outros animais, todos feitos com metal, além de pneus, garrafas de vidro e dicas simples para evitar criadouros da dengue.
“É um trabalho de formiguinha, mas me sinto gratificada. Além de levar conhecimento aos moradores, durante as visitas diárias, nós também aprendemos com esse projeto”, comenta a agente de saúde Maria Claudiana de Araujo Santos. Dona Maria Aparecida Vital da Silva, de 54 anos, é moradora do bairro Paraisópolis há 27. Ela vive com dois filhos, uma nora, dois cachorros, dois gatos e um papagaio. Não tem plantas nem lixo no quintal. Mas, com os animais, não pode descuidar. “Com as orientações, aprendi que não basta trocar a água dos potes dos bichinhos. Tenho sempre que lavá-los para evitar a dengue”, fala a senhora que recebe visitas frequentes da agente Claudiana. Além das informações disponíveis na UBS, todas as orientações em relação à dengue são passadas pelos agentes nas visitas de rotina às casas das 17 mil pessoas da região. “Fala-se há muito tempo sobre a doença, mas temos sempre que levar informações à população, para fixar a ideia de prevenção”, ressalta a enfermeira Risia Mara Prego Ramos, chefe da equipe amarela.
Saúde é atitute
Aline Kolle, gerente da UBS Paraisópolis III, conta que o projeto começou antes mesmo da entrega da unidade. “Há nove meses, quando soubemos que haveria esse espaço na UBS, resolvemos utilizá-lo para promover, ainda mais, as ações de saúde. Por isso, batizamos de Projeto Saúde é Atitude”, lembra.
A partir daí, a agente de promoção ambiental da unidade começou a buscar parcerias no bairro. Ela encontrou dois artesãos, Antenor Clodoaldo Alves Feitosa e Antonio Edinaldo da Silva, o Berbela, que se dispuseram a ajudar durante o ano todo.
Fevereiro fala da dengue, mas o tema mudará todo mês e, a cada assunto novo, será idealizado por uma das cinco equipes de ESF da unidade.
A dengue em São Paulo
A cidade de São Paulo registrou, em janeiro de 2012, apenas seis casos de dengue. O número é 88,7% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando foram confirmados 53 casos contraídos na capital.
Em relação a 2010, a quantidade de pessoas que contraíram a doença, no ano passado, também diminuiu, foram 5.866 de janeiro a dezembro de 2010 contra 4.161 no mesmo período do ano passado – queda de 29%.
A capital registrou, em 2011, outra importante marca. A incidência de dengue foi de 37,6 casos da doença a cada grupo de 100 mil habitantes, ou seja, menos da metade do que é classificado como baixa incidência pelo Ministério da Saúde (MS). Esse índice é a relativização do número de casos ao número de habitantes de uma cidade.
Atualmente, participam das ações de prevenção e controle 2,7 mil agentes de zoonoses e 6 mil agentes comunitários de saúde da Estratégia Saúde da Família (ESF).
Fonte: Prefeitura de São Paulo