Servidores de Diadema entram em greve dia 28


O funcionalismo público de Diadema dará início à greve por tempo indeterminado na quinta-feira, dia 28. Em assembleia geral ocorrida ontem, na sede do Sindema (Sindicato dos Servidores Públicos de Diadema), a categoria rejeitou a contraproposta apresentada pelo prefeito Mário Reali (PT) aos 15 itens reivindicados.

No principal item, em que a categoria solicitava acréscimo salarial de 11% para este ano, a contraproposta foi de apenas 2%, que seriam pagos em dezembro, sendo que a data-base (período para cálculo da inflação) é em março. No total, a Prefeitura se comprometeu a dar 10,4% de aumento em cinco parcelas: dezembro, fevereiro, abril, julho e setembro. “Isso é arrocho salarial. Já tinha avisado eles (administração) de que essa proposta era incabível, mas precisávamos submeter à análise dos servidores”, explicou a presidente do Sindema, Jandyra Uehara Alves.

Em seis itens da pauta, a administração alegou falta de “disponibilidade financeira”. Em outras fez contrapropostas que seriam aceitas pela categoria. “Mas não podemos aceitar apenas alguns itens. Se voltarmos a negociar, vamos rever essas questões”, completou Jandyra. Na avaliação da dirigente, o “erro” do governo ocorreu por falta de planejamento. “Não sabiam que teria que dar reajuste salarial?”

A decisão em assembleia foi quase que unânime e o debate não durou nem uma hora. “Tiveram quatro votos contrários”, disse Jandyra. Durante o encontro da categoria, a direção do Sindema distribuiu um livreto com a legislação que garante o direito de greve para evitar dúvidas. A intenção do sindicato é paralisar 100% do serviço público. “Vamos construir e abraçar essa greve.”


O prefeito avisou que irá descontar as faltas dos servidores. “Preciso dar uma resposta aos pais dos alunos das escolas”, justificou Reali.

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O início da paralisação foi marcado para semana que vem por conta do feriado de Páscoa e para garantir o aviso prévio de greve de 72 horas.

Ontem, a categoria completou 50 dias de negociações. O período foi dividido em três momentos: no primeiro, a administração rejeitou todos os pontos e o sindicato organizou paralisações; em uma segunda parte, voltaram a negociar e ofereceram R$ 10 de acréscimo no vale-refeição, o que também foi rejeitado; em um terceiro ato, novo diálogo e o desfecho foi a paralisação.

A última grande greve em Diadema ocorreu em 2007. A partir daí, a categoria não sofreu mais perdas salariais. A gestão Reali, mesmo com amplas dificuldades financeiras em 2009 e 2010 – sequestro de R$ 40 milhões em precatórios – concedeu reajuste no índice da inflação nesses períodos. A Prefeitura informou que mantém o canal de diálogo aberto e espera que os servidores cumpram os trabalhos.


Fonte: Diário do Grande ABC