Os trabalhadores do segundo turno da General Motors de São José dos Campos também aderiram à paralisação de 24 horas, que teve início na manhã desta terça-feira (22), após a Via Dutra ter sido fechada por um protesto contra a ameaça de demissão de 1.598 trabalhadores na montadora no Vale do Paraíba.
A greve de 24 horas acontece um dia antes da reunião decisiva entre representantes do Sindicato dos Metalúrgicos e a direção da empresa para definir o futuro dos 780 trabalhadores que estão em layoff (suspensão temporária dos contratos de trabalho) desde setembro e de outros 818 que serão considerados mão de obra excedente a partir de 26 de janeiro – data prevista para o fechamento do setor de Montagem de Veículos Automotores (MVA).
O encontro desta quarta-feira (23), no Ciesp de São José, é o último oficialmente previsto na rodada de negociações, amplia a tensão entre as partes, já que a GM não garante a manutenção dos empregos com o retorno dos operários. O impasse se arrasta desde o último mês de agosto.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Antônio Ferreira de Barros, ‘o Macapá’, a agenda de mobilizações da categoria não deve se esgotar com a última reunião. “Nossa greve hoje é uma greve política para cobrar a presidente Dilma a respeito da criação de uma medida provisória que impeça de demitir a GM e demais montadoras que se beneficiam de incentivos fiscais, como a redução do IPI”, disse.
Propostas
Segundo ele, os sindicalistas vão para o encontro desta quarta-feira acreditando que a empresa ou o governo apresentem uma proposta concreta para o impasse. Ele acredita que os sindicalistas já esgotaram as propostas apresentadas à empresa – todas recusadas até o momento.
Entre as propostas que já foram expostas pelos sindicalistas à montadora, estão a continuidade da produção do modelo Classic na planta de São José dos Campos, produção local de modelos que atualmente são importados, retomada da produção de caminhões, revezamento do layoff e um novo acordo trabalhista que garanta empregos e investimentos.
No último encontro eles cogitaram até a criação de banco de horas na unidade, redução da grade salarial e um novo piso para trabalhadores admitidos após um possível acordo. A empresa disponibilizou o próximo dia 26, se necessário, para uma última rodada de negociações.
Outro lado
A assessoria de imprensa da GM informou que não vai se manifestar sobre a assembleia desta manhã pois estão em processo de negociação com o sindicato. Sobre as negociações, a empresa irá se manifestar para a imprensa apenas depois do encontro.
Fonte: G1