Promotoria de Franca pede prisão de médico por abuso sexual


O Ministério Público pediu a prisão preventiva e a suspensão das atividades profissionais do médico anestesista José Rubens Perani Soares. Ele foi denunciado à Justiça pela prática de dois crimes de estupro de vulnerável. Segundo a acusação, o médico molestava sexualmente adolescentes e crianças nos centros cirúrgicos da Santa Casa e do Hospital São Joaquim. O processo tramita em segredo de Justiça no Fórum para preservar a identidade das vítimas.

O caso lembra o do médico paulistano Roger Abdelmassih, que acabou sendo condenado.

Soares trabalha como anestesista em guia da cidade Franca há mais de 20 anos. Em julho, promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Franca abriram inquérito para apurar denúncia anônima de que o médico vinha abusando sexualmente de seus pacientes durante procedimentos cirúrgicos.

Ao longo das investigações, os promotores obtiveram junto à Santa Casa documento no qual uma auxiliar de enfermagem comunicava o abuso à administração do hospital. Com base no depoimento formal de testemunhas que tinham acesso ao centro cirúrgico, o MP apurou que uma adolescente de 15 anos foi abusada durante cirurgia em junho.


Segundo relato dos enfermeiros ouvidos pela Promotoria, o médico colocou a mão sem luvas na genitália da menina e depois cheirou. Também perguntou à vítima, que estava sob efeitos de anestesia, se ela usava anticoncepcional e se mantinha relações sexuais. As testemunhas afirmaram que a conduta dele não era praxe na operação que estava sendo realizada. Os pais da garota só ficaram sabendo do abuso por meio dos promotores.

Durante a investigação deste caso ocorrido dentro da Santa Casa, o Ministério Público apurou que o médico também teria cometido abuso contra um menino, no ano passado, no Hospital São Joaquim, também durante um procedimento cirúrgico. Ele teria acariciado o pênis da criança.

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Os promotores ainda ouviram relatos, não formalizados, de enfermeiros da Santa Casa de que o acusado teria introduzido o dedo na vagina de uma criança de dois anos, fato que provocou sangramento na vítima. Também foi dito aos representantes do Ministério Público que José Rubens fazia questão de aplicar supositório em crianças ou adolescentes —o procedimento, normalmente, é feito por enfermeiros. O médico aproveitaria a oportunidade para colocar o dedo no ânus das vítimas. Ainda segundo o apurado pela Promotoria, em razão desta conduta do médico, o hospital teria substituído o supositório por medicação alternativa no centro cirúrgico.

Devido à gravidade das denúncias, o MP ofereceu ação penal, no último dia 24, contra José Rubens e pediu sua prisão preventiva, bem como a suspensão das atividades a fim de evitar que ele possa colocar em risco outros pacientes. Segundo depoimentos colhidos durante a investigação, eram notórias as preocupações do setor de enfermagem com pacientes, principalmente, em se tratando de crianças e adolescentes, quando o médico escalado era Soares.


Procurados pelo Comércio, promotores que trabalharam no caso confirmaram a ação penal e o pedido de prisão feito contra o médico anestesista, mas disseram que não poderiam fazer comentários, devido ao segredo de Justiça.

A ação foi distribuída em uma das Varas Criminais e aguarda decisão do juiz.

A reportagem apurou que, assim que a investigação foi aberta, José Rubens foi desligado da Unimed e deixou a Santa Casa. Ele não atende mais no consultório onde recebia os pacientes particulares.

Fonte: Portal GNC