Apesar de ter maioria na Câmara, a reforma administrativa apresentada na segunda-feira pelo prefeito Udo Döhler (PMDB) aos vereadores não deve passar sem questionamentos e polêmicas.
Ao fim de duas horas de reunião a portas fechadas, conversas de parlamentares nos corredores da Câmara da cidade de Joinville davam mostras de que há dúvidas e divergências em relação aos projetos.
A reforma abrange quatro propostas: a transformação das 14 secretarias regionais dos bairros em oito subprefeituras, com apenas um secretário e dois coordenadores em cada uma; o corte de 166 cargos em toda a Prefeitura, extinguindo as funções de supervisor I e II; a renegociação da dívida de R$ 23 milhões com o Instituto de Previdência dos Servidores (Ipreville); e a criação da estrutura comissionada da Guarda Municipal e do Departamento Antidrogas.
Em explicação aos vereadores, Udo disse que as subprefeituras serão enxutas porque quer que os subprefeitos sejam pessoas “de campo”, que estejam nas ruas todos os dias, em contato com equipes de trabalho e com a população.
Segundo ele, essas estruturas não terão mais servidores especializados em determinadas demandas, mas todos atenderão a várias áreas, como IPTU, ligações de água, melhorias de ruas (as exceções são saúde e educação, que continuam atendidas por suas próprias secretarias).
Parlamentares como Odir Nunes (PSD) questionam medidas como a criação da Guarda Municipal.
— Tenho meu ponto de vista. Ainda acredito que a vigilância eletrônica e terceirizada poderia significar mais economia ao município. É algo que queremos discutir bem antes de aprovar —, diz.
Lioilson Corrêa (PT) também disse ter dúvidas, principalmente em relação ao corte de supervisores.
— Não ter pessoas de confiança supervisionando o trabalho de equipes na rua pode resultar em ineficiência e falta de controle, pela nossa experiência —, diz o vereador, que foi secretário regional do Paranaguamirim na gestão passada.
Aliados do governo, como vereadores do PMDB e PPS, acreditam que, apesar das discussões, os projetos devem passar sem mudanças. Udo diz que respeita a independência do Legislativo caso parlamentares alterem os projetos.
Os vereadores voltam a se reunir na manhã desta terça-feira para formação das comissões e início da discussão dos projetos. Secretários municipais devem ajudar no esclarecimento de dúvidas. Os projetos devem ser analisados e votados até quinta-feira, quando termina o período de convocação.
Fonte: A Notícia