Periferias sofrem com vias esburacadas em Diadema


Os buracos são um problema do cotidiano das regiões metropolitanas que mesmo com o crescimento da economia continuam na vista de todos.

O desgaste do asfalto pelos automóveis e veículos pesados acontece no dia a dia, mas se intensifica ainda mais com as chuvas fortes de fim do ano.

O problema, contudo, para os moradores, não são as vias dos centros das cidades, e sim as das periferias. Moradores do ABCD reclamam da quantidade de buracos nas principais ruas dos bairros e dos prejuízos que têm ao ter que concertar os veículos que quebram com a continua, e muitas vezes obrigatória, passagem por esses locais.

Em Santo André, segundo a prefeitura, em média, 350 buracos são tapados por dia em toda a cidade e que desde janeiro foram tapados 41.404 no município.


A vizinha São Bernardo, informou que promove ação de tapa-buracos diariamente em todo o município com aplicação de massa asfáltica. O serviço atende cerca de mil ocorrências diárias.

A cidade de Mauá explicou que recupera o equivalente a cerca de 215 metros quadrados de asfalto por dia.  Em guia de Diadema, a administração fecha uma média de  30 a 40 buracos com uma verba de R$ 30 mil por mês, que é usada na compra materiais. Questionadas, as demais administrações não responderam até o fechamento desta edição.

Mesmo assim os moradores não estão satisfeitos, pois mesmo com a quantia gasta ainda há muitas vias danificadas na periferia, principalmente nas áreas de manancial, onde há asfalto.

O tipo de trabalho que é feito para tapar os buracos também é motivo de criticas por parte dos munícipes.

Airton Pereira, de 42 anos, por exemplo, trabalha como segurança no bairro Eldorado, em Diadema, mas mora no Serraria. Segundo ele, todos os dias é preciso enfrentar a buraqueira da Estrada do Rufino para chegar a empresa.


“Eles tapam e continua a mesma coisa. Devia recapear tudo de novo porque fazer remendo não adianta. Só esse ano já gastei R$ 400 para arrumar meu carro por causa disso”, disse.

O ajudante  Erivan de Moura Oliveira, de 39 anos, é ainda mais radical com a técnica e diz que o trabalho é mal feito. “Trabalho aqui na Estrada do Alvarenga e vejo que tapam o buraco num dia e no outro o problema volta”, criticou o operário, que trabalha em São Bernardo.
José Roberto Barros, de 50 anos, cabeleireiro em Diadema, disse que, com exceção do centro da cidade, “é buraqueira para todo lado”.

“A cada dois meses estou arrumando o carro porque esses remendos duram só até a primeira chuva. Semana passada estourei a minha roda e logo vai quebrar de novo.”

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Diadema informou que tapa os buracos das vias municipais com verbas próprias

Demais cidades não informaram quanto gastam na recuperação de ruas e avenidas

Chame a prefeitura

Para comunicar que há um buraco na rua perto de casa, o morador de Santo André pode A população pode ligar nos telefones 0800 019 1944 e 156 ou reclamar no site santoandre.sp.gov.br.

Em Mauá, é possível pedir reparo pelo 156 ou pedir para que o vereador que representa o bairro faça um requerimento. Na cidade de Diadema, é preciso ligar no número 4072-9245 ou 4072-9222 de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h. As demais prefeituras não informaram o canal de atendimento.

Prejuízo na mão dos motoristas da periferia

O mecânico José Lourival, o Mineiro, passou a tarde de ontem arrumando um carro que teve a caixa de marcha quebrada devido a buracos. O dono do automóvel terá que desembolsar mais de mil reais pelo conserto.

“Pelo menos quatros vezes na semana tenho que sair daqui para socorrer o pessoal que quebra o carro por causa dos buracos. Eles vêm com suspensão quebrada ou roda. No mínimo gastam R$ 150”, contou o profissional, que trabalha na estrada do Alvarenga, em São Bernardo.
Mas não é só na oficina de Mineiro que aparecem carros quebrados por buracos.

O metalúrgico Miguel Bezerra dos Santos, de 57 anos, contou que gastou R$ 2 mil no ano passado para consertar os dois automóveis que usa para ir trabalhar. “Quebrou um monte de coisa já e vou gastar mais R$ 3 mil para trocar tudo. Moro há 22 anos na periferia e sempre foi assim. Só o centro está bom”, contou.

O pintor Antonio Sousa Mello, de 46 anos, afirmou que a S10 que usa para ir trabalhar tem sofrido muito com as ruas de São Bernardo. “Acabei de trocar a suspensão e foi R$ 1,1 mil. Não adianta reclamar”, explicou.

Outro morador que está sem esperanças depois de ter o carro quebrado várias vezes  é o eletricista Jean Viana Alves, de 45 anos. “Tá muito ruim, mas não tem muito jeito.”

Fonte: Rede Bom Dia