Uma reunião de trabalho realizada no último dia 14, no Museu da Cidade de Salto, deu início ao projeto de reorganização da exposição permanente da instituição, conduzido pela Secretaria da Cultura e Turismo.
As primeiras providências já haviam sido tomadas, com a criação de alguns novos espaços físicos no local, o que foi possível graças à reforma da Sala Giuseppe Verdi. Assim, os antigos banheiros e partes da reserva técnica puderam ser desocupados, gerando ambientes que permitirão uma melhor acomodação do acervo e circulação de visitantes.
Segundo o secretário de Cultura e Turismo, Valderez Antonio da Silva, a disposição atual das peças dificulta o trânsito de grupos de alunos, bem como a compreensão da evolução histórica da cidade. “Há graves lacunas deixadas pelo museu. Por exemplo, o papel cumprido pelo casal fundador, a chegada da ferrovia e a autonomia da antiga vila”, diz o secretário, que deseja encontrar formas de suprir esses vazios, dando ao museu um discurso mais completo sobre os três séculos de história local. “É o único museu da cidade, salvo o Memorial do Rio Tietê. Então, ele não pode silenciar sobre outros aspectos importantes como, por exemplo, o papel dos migrantes que chegaram nas últimas décadas”, esclarece o dirigente.
A Secretaria convidou o historiador Elton Frias Zanoni, que já foi coordenador do Museu e hoje vive em Santa Catarina, para participar do projeto de atualização, ao lado da atual coordenadora, Katia Auvray e do próprio secretário. Um primeiro passo será reformular os nichos que falam do ambiente físico onde a cidade cresceu, marcado pela presença do granito e dos rios, e aprofundar a abordagem acerca dos índios da antiga aldeia de Paraná-Ytu, que aqui existia. Logo a seguir deverá vir o setor que exibirá cópias dos documentos referentes à autorização para que o capitão Antonio Vieira Tavares erguesse uma capela em seu sítio, bem como do testamento em que ele e a mulher, dona Maria Leite, transferiram a propriedade para a capela. O museu cuidou de mandar copiar, ampliar e obter a transcrição dos documentos junto à Cúria Diocesana de Jundiaí. O nicho deverá também dar notícia sobre a genealogia do fundador, com destaque para seu pai, Diogo da Costa Tavares, e seu tio, o bandeirante Raposo Tavares.
O plano de reformulação prevê outras etapas, que serão implantadas aos poucos, e que deverão oferecer uma linguagem mais enxuta aos visitantes, sem textos exaustivos que desmotivam a visitação. Apesar das alterações previstas, o Museu não terá perdas quanto ao que expõe. Ao contrário, deverá receber pequenos acréscimos que oferecerão uma visão mais abrangente da história saltense.
Fonte: Prefeitura de Salto