O promotor de Cidadania em guia de Diadema, Daniel Serra Azul Guimarães, abriu inquérito para averiguar as denúncias de extorsão envolvendo Manoel Antônio Ferreira Santos, o Tonny Telles (PSB), que se passava como aliado do secretário de Segurança Alimentar, Manoel José da Silva, o Adelson (PSB). O caso será apurado em segredo de Justiça, para evitar cunho eleitoreiro.
A defesa de Adelson e de Frank Miller (PSB), diretor de departamento de Segurança Alimentar e supostamente envolvido no esquema na Pasta, crê que as divulgações de práticas ilícitas podem ter conotação política. Além do MP, a polícia instaurou inquérito para analisar o caso.
“Decidimos fazer investigação paralela para saber se há envolvimento eleitoral”, afirmou Edivaldo Lubeck, advogado dos socialistas. Adelson se colocou como candidato a vice na chapa do prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), e Frank é tido como aposta do PSB para aumentar a bancada na Câmara.
Ambulantes do bairro Serraria acusaram Tonny Telles de extorquir comerciantes em troca de informações privilegiadas da fiscalização das barracas – sob responsabilidade da Secretaria de Segurança Alimentar. Segundo a denúncia, Tonny sempre citava o nome de Adelson ao recolher a quantia. O empresário Filipe dos Anjos, dono do Shop Serraria – local onde os camelôs estão alocados -, afirmou que Tonny e Frank passaram cheques sem fundo e com assinatura falsificada como forma de pagamento dos alugueis dos ambulantes.
Depois de o Diário veicular as denúncias, na semana passada, Reali determinou abertura de sindicância para apurar os fatos. O prefeito não descartou afastar os envolvidos. A defesa de Adelson e Frank cogitam a saída temporária do diretor de departamento do Paço para colaborar com as investigações.
GILSON
O vice-prefeito de Diadema, Gilson Menezes (PSB), negou ter envolvimento com Tonny Telles, filiado no PSB desde 2005. Socialistas garantem que Tonny participou ativamente da campanha de 2010, quando Gilson concorreu a uma cadeira na Assembleia Legislativa.
“O Tonny trabalhou comigo na minha campanha à reeleição para prefeito, em 2000. Depois disso, sequer tomamos um café”, assegurou. Gilson não quis comentar o motivo da ruptura política. “Certas coisas não precisam ser desenterradas.”
Gilson negou ter envolvimento nas denúncias envolvendo Adelson. Os dois disputam a preferência do PSB para que a legenda indique um nome à chapa de Reali.
Fonte: Diário do Grande ABC