Lotação na Santa Casa de Franca obriga Prefeitura a comprar vagas


O constante problema de falta de leitos para internação na Santa Casa de Franca já obrigou a Prefeitura de Franca a comprar vagas para pacientes em hospitais particulares. De acordo com nota à imprensa divulgada pela secretária de Saúde do município, Rosane Moscardini, entre os meses de agosto e setembro 10 pacientes foram transferidos para a rede privada. “O Pronto-socorro Municipal é um estabelecimento autônomo não-hospitalar, destinado à assistência de pacientes acometidos por quadros de urgência e emergência, realizando o atendimento inicial, estabilizando o paciente e definindo o encaminhamento responsável. Esta ação (compra de vagas) já vem sendo realizada desde 2007”, diz a nota.

Na semana passada, pelo menos dois pacientes ficaram nos corredores da Santa Casa à espera de uma vaga na internação. A aposentada Maria Luiza da Silva, 80, moradora na Chácara Morada do Sol, esperou mais de nove horas por uma cirurgia no fêmur na última quarta-feira, 19. Já a adolescente Hellen Carolina de Souza Maki, 14, moradora no Jardim Santa Bárbara, ficou oito horas deitada em uma maca no setor de pronto-atendimento com dores nos rins na noite de sexta-feira, 21. Em ambas as ocasiões, o hospital admitiu que havia chegado ao limite de vagas – 306, no total.

Na tarde de ontem, o presidente da Santa Casa, Luís Aurélio Prior, disse que cinco pacientes haviam sido internados na unidade, um deles para procedimento cirúrgico. “O fluxo de pacientes não para. Mas agora já voltou à normalidade e o tempo de espera dessas cinco pessoas foi dentro do período considerado razoável”, disse. O presidente, no entanto, não descarta a possibilidade de voltar a haver superlotação. “Já faz tempo que o hospital está com um grande número de internações. Nesse período de inverno a Santa Casa fica lotada, principalmente com internação de idosos”, explicou.

Prior também se defende e diz que a situação dos demais hospitais geridos pelo Estado é semelhante. “Quando um paciente do SUS (Sistema Único de Saúde) precisa de internação, o pronto-socorro entra em contato com a Central de Regulação do Estado. Eles acionam a Santa Casa para saber se tem vagas. Se não há leitos, é responsabilidade da Central de Regulação procurar outro hospital para atender esse paciente. Como o problema não é só de Franca, é geral, não há vagas sobrando fora do município”, disse.


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Ainda de acordo com Prior, a Santa Casa não mede esforços para tentar atender o máximo de pacientes possível. “Procuramos atender, mas também não podemos permitir os corredores com pacientes. O que tentamos é otimizar e agilizar ao máximo a questão das altas, até porque ficar hospitalizado por muito tempo não é benéfico para o paciente.”

O Comércio procurou a secretária de Saúde para comentar a nota divulgada e dar detalhes sobre as compras de vagas em unidades particulares, mas ela não estava em Franca e ninguém na secretaria estava autorizada a falar sobre o assunto.

Fonte: O Comércio da Franca