Hospital do Rio Pequeno tentou esconder erro médico


Os pais do bebê que morreu, na última terça-feira (8), após receber leite na veia em uma maternidade da zona oeste de São Paulo dizem que a direção do Hospital Municipal Professor Mario Degni, no guia do bairro Rio Pequeno, escondeu o erro cometido por uma auxiliar de enfermagem.

De acordo com o pai, a médica de plantão teria se recusado a assinar o atestado de óbito do bebê. Só depois de cinco horas de espera, o diretor do hospital, Nilton Norio Shibaki, contou que a morte da criança tinha sido provocada por um erro.

– Ele falou que queria dormir tranquilo, com a consciência livre, e contou que o nosso menino foi atendido por uma auxiliar de enfermagem, que acabou dando leite na “veinha” dele. Aí, ele [filho] acabou morrendo e eles não podiam fazer nada.

O diretor do hospital não quis se pronunciar. Em nota passada à imprensa, a Secretaria Municipal de Saúde diz que instaurou um inquérito administrativo para apurar os procedimentos adotados e que lamenta a morte do bebê e se solidariza com a dor dos pais.


Morte

Nascida prematura, no sétimo mês de gestação, a criança estava internada há 13 dias na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) neonatal do Hospital Municipal Professor Mario Degni. A mãe conta que todos os dias tirava seu leite, que era dado ao bebê a cada três horas por uma sonda nasal.

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Como a mãe não podia permanecer no hospital durante a noite, a criança era alimentada pela sonda. Na noite da última segunda-feira (7), o menino recebeu 10 ml de leite por uma outra sonda no pescoço, onde eram inseridos medicamentos e soro.

De acordo com o boletim de ocorrência, depois de 30 minutos, o bebê começou a ter dificuldades para respirar e morreu na manhã do dia seguinte. Para a médica que assinou o atestado de óbito, as causas da morte seriam embolia pulmonar e hemorragia intracraniana.


Segundo o advogado da auxiliar de enfermagem, sua cliente não percebeu a troca.

– Ela não percebeu essa troca, até porque no momento em que ela ia fazer a infusão do alimento, ela faz primeiramente um procedimento com uma seringa vazia, que é para puxar resíduos de alimentos. Para fazer isso tem que abrir a passagem da sonda. Ela realmente não sabe dizer ao certo como aconteceu.

O depoimento da auxiliar no 51º DP (Distrito Policial), que investiga o caso, está agendado para a próxima quarta-feira (17).

Fonte: R7