Kaio César Neves Dias, 16, é estudante do 3º ano do ensino médio e há um ano e um mês vive a experiência do primeiro emprego na cidade Franca. A chance para conquistar uma vaga de recepcionista em um hotel de grande porte da cidade surgiu após ele ingressar em um dos cursos do Programa Jovem Aprendiz.
Por ano, são oferecidas em média 1.500 vagas por cinco entidades locais que proporcionam à juventude francana o acesso ao mercado de trabalho. Parece um número considerável, mas representa apenas 5,7% da população jovem do município -estimada em 26 mil pessoas de 14 a 18 anos segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É como se a cada grupo de cem jovens somente cinco conseguissem o tão sonhado emprego. Essa pouca oferta explica as mais de 5.000 inscrições para 40 vagas do Programa Primeira Chance, lançado pela Prefeitura neste ano.
Mesmo com a Lei do Aprendiz que obriga as empresas com ao menos sete empregados a oferecer de 5% a 15% de suas vagas para aprendizes, a demanda de jovens aptos para o mercado de trabalho supera e muito a oferta de vagas.
“Não conseguimos fazer com que as empresas cumpram o máximo da cota exigida, pois não há como criar tantas vagas nos cursos de aprendizes”, disse o delegado regional do Ministério do Trabalho em Franca, Jamil Leonard.
Pela lei o jovem contratado precisar estar matriculado em uma instituição qualificada de ensino, onde receberá aulas de algum curso de aprendizagem. A carga horária de trabalho do aprendiz tem que ser dividida entre a empresa (parte prática) e a instituição (parte teórica). Em Franca, o Ciee (Centro de Integração Empresa Escola), o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), a Esac (Escola de Aprendizagem e Cidadania) e o Instituto Bom Samaritano são as instituições participantes do programa.
“Temos 26 empresas parceiras do comércio e indústria que nos permitem encaminhar ao menos 50% dos 280 alunos anuais participantes do curso de auxiliar administrativo”, disse a coordenadora escolar da Esac, Fernanda Salomão.
No Senai o curso de aprendizagem industrial tem, segundo o coordenador técnico da unidade, Wagner Lopes, 95% de empregabilidade. São 160 vagas divididas entre os cursos de confeccionador eclético de calçados, mecânico de usinagem e eletricista de manutenção. O preenchimento das vagas é feito por meio de exame de seleção.
Segundo o jovem Kaio César o curso “abre portas”. “Se fosse entregar currículo, com certeza ainda estaria procurando emprego”, diz ele.
Fonte: Comércio da Franca