Farmácia de Diadema tem falta de sete remédios ‎


A Farmácia Central da cidade Diadema, localizada na Avenida Alda, que foi alvo de denúncias no mês passado, volta a apresentar falta de medicações controladas para tratamento de depressão, insônia e síndrome do pânico. As drogas são distribuídas gratuitamente pela Prefeitura.

Antes apenas com três, a lista de remédios em falta agora tem sete itens. A relação está estampada na recepção da unidade. “Sem previsões. Provavelmente só para janeiro”, disse uma atendente.

Na lista constam o Rivotril (Clonazepan) e Amitryl (Amitriptilina), que já tiveram distribuição interrompida em novembro, e outras cinco medicações: Carbamazepina de 200 mg (anticonvulsivo), Haloperidol de 5 mg, Haloperidol em gotas, Periciazina 4% (todos neurolépticos) e Lítio de 300 mg (antidepressivo). Entre os pacientes que dependem dos remédios estão pessoas com sintomas psicóticos e transtornos psiquiátricos. A falta de algum dos remédios, em geral, causa irritabilidade, agitação e agressividade. Psiquiatras não recomendam a suspensão imediata de psicotrópicos. Alguns, inclusive, podem causar dependência se ingeridos há bastante tempo.

Todos os dias a movimentação é intensa até as 16h, horário de fechamento da farmácia. Por dia, cerca de 200 pessoas passam pelo local. Ontem à tarde, a manicure que toma Amytril há quatro anos teve de abreviar o tratamento contra insônia pela quarta vez no semestre. “Isso é falta de respeito com o cidadão. Agora, tenho de sair correndo  para comprar, porque não posso ficar sem. Vira um caos. De seis meses para cá piorou demais a distribuição e nunca dão previsão exata”, reclama Maria da Conceição Vieira de Oliveira, 45 anos.


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A orientação dos funcionários é para que os pacientes procurem as unidades da Farmácia Popular, onde as drogas podem ser encontradas a preços reduzidos. “Eles só falam isso. Mas nem sempre tem”, disse a manicure. Porém, a Prefeitura indicou que não há o mesmo problema nas duas unidades do município.

A aposentada Maria Bernardete da Silva, 62, que mora no bairro Serraria, disse que a reposição do Rivotril foi feita no início do mês, conforme previsão da Prefeitura. No entanto, o estoque terminou ontem. “E não adianta tomá-lo sem o Amitryl que, para mim, não faz o mesmo efeito.”
No mês passado, a administração alegou estar com dificuldades de negociar a compra com o fornecedor que, segundo a Secretaria de Saúde, havia atrasado a entrega do Rivotril mesmo sob aplicação de multas. Já o Amitryl, a Prefeitura esclareceu que o problema vem do fabricante e outras regiões também registram falta. Não há previsão de entrega.

Os motivos do desabastecimento dos outros medicamentos serão averiguados hoje pela Prefeitura.

Fonte: Diário do Grande ABC