Diadema: Sindicato dos Metalúrgicos discute inovação tecnológica


De olho no potencial brasileiro de fabricação de itens de alta tecnologia o sindicato dos metalúrgicos do ABC organizou na última semana o 7º congresso da categoria com a presença de diversos ministros e autoridades. O encontro colocou em pauta a atração de investimentos em inovação para as indústrias da região.

O evento teve inicio na ultima quinta e seguiu até sábado no Pavilhão Vera Cruz e foi palco para o discurso do presidente do sindicato, Sérgio Nobre que argumentou ser urgente implantar ações de atração da indústria de alta tecnologia para que a categoria siga com bom padrão salarial. Isso porque, explica Nobre, são estes os produtos que propiciam mais competitividade ao País e geram empregos de melhor qualidade. “Precisamos nos modernizar para acompanhar o desenvolvimento da indústria brasileira, temos que defender o direito do trabalhador de ter mais capacitação e atuar na fabricação de peças com mais alta competitividade”, disse Nobre.

O sindicalista acrescenta que, recentemente, o governo federal se convenceu disso, ao colocar no plano Brasil Maior a exigência de que as montadoras com fábricas no País, além de trabalharem com 65% de peças nacionais, destinem 0,5% do faturamento em investimentos em inovação – para que não tenham elevação do Imposto sobre Produtos Industrializados. “Isso não é pouca coisa, é R$ 1 bilhão por ano”, afirmou.

Atrelada ao tema da inovação, outra questão importante é a da formação profissional. Em diversos setores, principalmente em áreas especializadas, já tem faltado mão de obra qualificada no País (por exemplo, técnicos e engenheiros automotivos ou para a área da construção civil).


“Vamos reivindicar uma escola técnica federal na região, tanto para capacitar bem os novos metalúrgicos quanto para recapacitar o trabalhador já habilitado”, afirmou o dirigente.

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Quem também participou da abertura foi o presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e prefeito da cidade Diadema, Mário Reali, que enalteceu a importância do sindicato na luta pela competitividade da indústria. “Com a paralisação da Anchieta [ato organizado pelo sindicato], conseguimos sensibilizar o governo federal a taxar importados”, afirmou o chefe do Executivo

Vagner Freitas, secretário de Administração e Finanças da CUT, assinalou que a categoria não fica presa a questões só do seu setor, mas busca discutir assuntos sobre cidadania, vinculadas a toda a sociedade. Isso explica, por exemplo, outros temas contidos no evento, como a melhoria da Saúde pública e da Previdência Social e também a expansão do acesso gratuito à universidade (por meio de ampliação de programas de crédito educativo e de bolsas de estudo, por exemplo).

Em relação ao IPI sem alteração para as montadoras que produzem no País, o sindicato quer ainda que o índice de conteúdo nacional (ou seja, de componentes fabricados no País) suba para 80%. Isso porque, pelo critério atual, esse percentual não inclui apenas a compra de peças, mas gastos com propaganda e até o lucro das empresas. “Com 65%, o conteúdo nacional na verdade fica em 14%. Defendemos 80% para que chegue a 36%”. E a defesa da indústria de autopeças é fundamental para a categoria na região, já que dois terços dos postos de trabalho da base dos Metalúrgicos do ABC (São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra) estão no setor.


O presidente da CUT-SP, Adi dos Santos, afirmou ontem que a entidade vai iniciar em 2012 ampla campanha para que pelo menos a parte do imposto sindical que é destinada às centrais deixe de ser paga pelos trabalhadores. Para financiar essa campanha, a CUT vai utilizar o dinheiro recebido desse tributo (R$ 35 milhões neste ano). Ele disse que a central tentou evitar a cobrança, mas teve liminar cassada.

Fonte: Portal DCI