Diadema: Banco do Povo empresta R$ 1,4 milhão ‎


Trabalhadores do Grande ABC que comprovaram atividade produtiva, seja ela formal ou não, tomaram emprestado do Banco do Povo Paulista R$ 1,420 milhão de janeiro até o dia 20. O montante é 7% maior do que o liberado no mesmo período do ano passado, R$ 1,327 milhão. O total de contratos firmados, por outro lado, diminuiu 2,6%; em 2010 foram fechados 381 e, neste ano, 271.

Na avaliação do secretário do Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo, Davi Zaia, em visita realizada ontem ao Diário, é natural que haja crescimento na oferta de crédito com o passar do tempo. “O banco vai ficando mais conhecido, principalmente porque quem pegou dinheiro emprestado, vai divulgando”, diz.

A expectativa do secretário é que até o fim do ano seja financiado R$ 1,6 milhão. Em 2010, foi R$ 1,527 milhão. Quanto ao recuo no número de operações realizadas, dez a menos, ele não considera queda expressiva. “O importante é que as pessoas estão conseguindo emprestar mais.”

MAIS BARATO


De fato, desde o início de novembro a taxa de juros, que era de 0,7% ao mês, caiu para 0,5%, o que deixa a fonte de crédito mais atraente. “São 6,1% ao ano, juros abaixo da inflação, que está em 6,5% ao ano. É a menor taxa do Brasil”, ressalta Zaia. Além disso, o valor máximo a ser financiado dobrou, saltando de R$ 7.500 para R$ 15 mil. Quem estiver fazendo a operação pela primeira vez tem limite de R$ 5.000; eram R$ 3.000. O número de parcelas permaneceu: o financiamento pode ser pago em até 36 vezes.

Porém, existem restrições. O montante emprestado tem que ser estritamente utilizado para a abertura de negócio ou ampliação da produção, o que inclui a aquisição de maquinário. Não se pode fazer o financiamento e embolsar o dinheiro para cobrir o cheque especial, por exemplo.

Para isso, existe a necessidade de comprovação da atividade exercida, se for pessoa física, é preciso residir há mais de dois anos no município e, se for jurídica, não há limite mínimo, mas o faturamento anual tem que ser de até R$ 240 mil. Além disso, é feita visita do agente de crédito antes e após a sua liberação.

Proprietário de restaurante abre negócio com recursos do banco

Dentre os profissionais que mais procuram o Banco do Povo Paulista encontram-se pequenos comerciantes, motoristas, cabeleireiros e costureiras. Porém, o crédito é ofertado também a motoboys, por exemplo, que precisem adquirir moto própria ou para fotógrafos, que necessitem de lente ou câmera para trabalhar.


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O proprietário de um restaurante self-service do Centro de São Bernardo Leonardo Martins dos Santos começou seu negócio, em 2007, graças aos recursos emprestados no Banco do Povo Paulista. “Consegui crédito de R$ 5.000 para a compra de fogão e geladeira industriais, freezer e uma mesa de inox”, afirma.

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Desde então, já obteve seu segundo financiamento, que está terminando de pagar e já pensa no terceiro. “Os juros são muito baixos, vale muito a pena.”

O segundo empréstimo foi de R$ 3.000 para a compra de carnes no açougue que é seu fornecedor desde que abriu o restaurante. “No balcão ele vende o quilo de coxão mole a R$ 17, para mim, ele faz por R$ 16. A diferença é pequena. Porém, pagando adiantado e tudo de uma vez, consigo levar o quilo por R$ 10. O desconto de R$ 7 paga os juros e eu ainda tenho economia”, explica. O terceiro financiamento, conta, terá a mesma finalidade, compra de carnes por atacado.

Grande ABC tem à disposição R$ 9,7 mi para empréstimos

Atualmente, os moradores da região (apenas Diadema não possui agência do Banco do Povo Paulista) têm disponíveis para empréstimo R$ 9,7 milhões. Desde que as agências foram inauguradas por aqui, foram financiados R$ 12,370 milhões para 4.039 pessoas.

“O Grande ABC tem economia bastante diversificada, desde as grandes montadoras até as pequenas empresas inclusive no setor de serviços, que estão sendo muito demandadas. Existe forte potencial aqui.”

Questionado sobre a não participação de guia da cidade Diadema, Zaia diz que vai se reunir com o prefeito Mário Reali para negociar a abertura da unidade. “Basta separar uma sala e começar com um profissional. Se a demanda aumentar, contrata-se mais gente”, explica.

Ele diz isso porque, para abrir agência na cidade, a Prefeitura tem que dar contrapartida de 10% do valor emprestado (sendo os demais 90% financiados pelo governo estadual, com recursos do Tesouro do Estado de São Paulo), reservar espaço e bancar o salário dos atendentes. “É preciso pensar que é um benefício para a população, e que a Prefeitura também ganha, pois é injetado mais dinheiro na economia do município.”

Fonte: Diário do Grande ABC