Com dívidas, Santa Casa de Franca retoma atendimento oncológico


A Santa Casa de Franca (SP) retomou temporariamente nesta segunda-feira (17) os serviços voltados para radioterapia e quimioterapia que haviam sido cancelados semana passada, em razão de uma dívida de R$ 8 milhões que a instituição acumula com fornecedoras de medicamentos. De acordo com o presidente da unidade, Luis Aurélio Prior, será utilizado um estoque emergencial para garantir cirurgias eletivas e consultas de pelo menos cem pacientes atendidos pelo Hospital do Câncer – administrado pela Santa Casa, onde os tratamentos de oncologia são realizados.

Os suprimentos hospitalares devem garantir o andamento das atividades por, no máximo, dez dias, caso o Estado de São Paulo não repasse uma verba de R$ 6 milhões que a Santa Casa requereu em novembro para equilibrar as contas deste ano, segundo Prior. “Retomamos a radioterapia e a quimioterapia por terem pacientes de alto risco, mas nós não tivemos nenhuma resposta [do Estado]. Se não houver, a hora que acabar o estoque vamos parar novamente”, disse ao G1.

Embora os tratamentos oncológicos tenham sido retomados, a Santa Casa continua realizando apenas atendimentos de urgência e emergência e hemodiálise. “No restante estamos com tudo no limite, paralisamos tudo”, afirmou o presidente, que diz lidar mensalmente com um déficit de R$ 2,5 milhões na manutenção dos três hospitais do grupo administrado pela Santa Casa – o que inclui também o Hospital do Câncer e o Hospital do Coração.

O presidente alega que a crise financeira ainda não prejudicou os pagamentos de médicos e a manutenção de equipamentos. “Não estamos em situação crítica com relação a isso, só com relação a material”. Ele disse já ter feito novos contatos com o governo estadual, mas que ainda não obteve um posicionamento sobre os recursos.


Paralisação
A Santa Casa paralisou as cirurgias eletivas e os atendimentos em setores como radioterapia e fisioterapia no último dia 12, por conta de uma dívida de R$ 8 milhões com empresas de medicamentos e materiais hospitalares.

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Devido à falta de pagamento, os fornecedores suspenderam a entrega de produtos fundamentais para a realização das operações e dos exames. A suspensão, segundo a unidade, afetou diretamente mil pacientes por dia, a maior parte – 92% – formada por pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

Estado
Em nota enviada pela assessoria de imprensa, a Secretaria de Estado da Saúde informou que analisa a viabilidade de aportes extras para a Santa Casa de Franca, bem como os serviços e valores previstos no novo contrato com a Santa Casa em 2013. O órgão alega, no entanto, que não há nenhuma pendência financeira do Estado com a unidade hospitalar. “A pasta espera que a Santa Casa de Franca reveja sua decisão de suspender atendimentos eletivos para não prejudicar os pacientes do SUS”, informou.

A secretaria comunicou também que o governo “auxilia historicamente a Santa Casa” e que repassou, desde janeiro de 2011, R$ 25 milhões adicionais para o hospital, além dos valores referentes ao SUS, para minimizar o déficit do hospital.


Fonte: G1