Os funcionários da Sustentare Ambiental, empresa que coleta lixo na cidade Diadema, em greve desde terça-feira, voltaram a trabalhar ontem à noite. A causa da paralisação não foi para tentar aumentar o salário, mas pela falta dele. Os empregados deveriam ter recebido o dinheiro na segunda-feira, mas a verba só caiu na conta ontem, no fim da tarde. O salário dos coletores é de R$ 1.100 por mês. O vale-alimentação e vale-refeição, no valor de R$ 410, devem ser carregados hoje no cartão de pagamento dos empregados.
De acordo com o diretor financeiro do Sindicato dos Empregados e Prestadores de Serviços do Grande ABC, Marcelo Avelino, a Sustentare apresentou documento aos trabalhadores, na noite de ontem, que promete o pagamento dos benefícios. “Mas se na hora de passar o cartão no supermercado, não tiver saldo, a paralisação voltará imediatamente”, explica Avelino, do sindicato.
O gerentegeral de operações da Sustentare, Andre Galizia, tem explicação para o problema. “Como há apenas um fluxo de caixa, a falta de pagamento por parte de outras prefeituras (já que as empresas recebem verba municipal para funcionar) pode ter prejudicado o pagamento dos empregados da região”, comenta o gerente, que não soube dizer quais cidades deixaram de pagar. Terezina, Goiania e Porto Alegre são algumas das Capitais onde a empresa está localizada.
A Prefeitura de Diadema disse, em nota, que a coleta de lixo domiciliar foi suspensa em decorrência do conflito trabalhista entre os empregados e a empresa prestadora de serviços, ou seja, a Sustentare.
Além disso, informou que equipes de manutenção foram encaminhadas para as áreas de maior circulação para ajudar na coleta. Mas, por volta das 16h de ontem, muito lixo continuava estacionado na porta da casa dos moradores. “Por enquanto, o caminhão, que geralmente passa por volta das 9h, não veio”, comenta o ajudante geral Marcelo Alves, 32 anos, morador do bairro Sapopema.
No bairro Eldorado, a situação se repitiu. “Era para ter passado às 9h30, mas o lixo continua aqui”, diz a estudante Valesca Gomes, 16 anos. A cada turno interrompido, 12 caminhões deixam de circular pelo munícipio. “Por isso, quase 200 toneladas de lixo ficam sem ser recolhidas”, comenta um funcionário, que não quis se identificar.
HISTÓRICO
Os 120 funcionários se reuniram na Avenida D.Pedro I, no bairro Serraria, em Diadema, onde fica a empresa. A paralisação começou na segunda-feira, às 19h, horário em que os empregados iniciam o segundo turno de trabalho, e foi mantida até a tarde de ontem.
Fonte: Diário do Grande ABC