O ano que prometia ser de dificuldades começou com vitória para o prefeito Sidnei Rocha (PSDB). Após duas tentativas frustradas da administração, a Câmara de Guia da Cidade Franca cedeu e autorizou a construção do viaduto na rotatória do Fórum. O resultado foi mais tranquilo do que o esperado. Dos oito votos necessários para a aprovação, a proposta recebeu 11. Apenas Silas Cuba, do PT, votou contra. Com a decisão, basta a lei ser sancionada para a Prefeitura abrir a licitação e contratar a obra orçada em R$ 9,7 milhões.
O resultado favorável não refletiu o clima quente da sessão. Por pelo menos cinco vezes, o presidente Válter Gomes (PSB) pediu para o público se conter. Como não foi atendido, chegou a suspender a sessão por cinco minutos. Um grande número de pessoas foi à Câmara acompanhar a votação do projeto que pautava as rodas de discussões em Franca desde setembro. A maioria defendeu a aprovação e reagiu com vaias e insultos quando Silas Cuba alegou que a sessão não poderia ocorrer, pois a convocação da extraordinária descumpriu o previsto pelo Regimento Interno. “O projeto não foi enviado junto e os vereadores não tiveram acesso ao seu teor”, disse. “O projeto é público e notório. Já foi rejeitado pelo senhor duas vezes. O senhor tem a obrigação de conhecê-lo”, rebateu Jépy Pereira (PSDB).
Eliminado o primeiro impasse, o vereador petista apresentou um projeto substituto. Ele queria que os recursos, em vez de serem investidos na construção do viaduto, fossem destinados à Santa Casa para a realização de cirurgias eletivas. “Isto é hipocrisia, demagogia. Todas as Santas Casas do País estão em dificuldades por culpa do governado federal, que não corrige a tabela SUS. A Câmara, a Prefeitura e o deputado Gilson de Souza repassaram R$ 4,5 milhões ao hospital, o que ajudará a resolver os casos emergenciais”, afirmou Marco Garcia (PPS). A proposta alternativa recebeu parecer desfavorável da Comissão de Justiça e Redação e não foi votada pelo plenário. “Não é uma atribuição da Câmara mudar a destinação dos recursos. Só o prefeito pode legislar a respeito”, explicou Joaquim Ribeiro (PSB).
Em seguida, foi aberta a palavra para os vereadores discutirem o projeto que autorizava o viaduto. “A obra é necessária e as economias feitas pela administração permitem o investimento. Não podemos esperar o caos se instalar no local”, defendeu Jépy Pereira, líder do prefeito. A bancada do PSB, que havia votado contra, também discursou pela aprovação. “O projeto inicial tinha falhas graves. Não oferecia segurança aos pedestres e a função de rotatória na Alonso y Alonso continuava, o que não melhorava o tráfego. Para minha alegria, as falhas foram corrigidas”, justificou Paulo Zamikhowsky.
Com a adesão dos vereadores do PSB e com o apoio de Graciela Ambrósio (PP), o projeto atingiu 11 votos favoráveis. Silas Cuba foi o único que não seguiu os colegas de plenário. “Votei contra por questão de prioridade. Há uma demanda de 12,5 mil pessoas aguardando uma cirurgia eletiva. Primeiro é preciso atender a Saúde e, depois, as outras coisas. Paulo Afonso, também do PT, não participou da sessão. Vanderlei Tristão (PTB) chegou atrasado à reunião e saiu antes da hora do voto. O presidente Válter Gomes só votaria em caso de desempate.
Fonte: Portal GCN