Depois de iniciar discussão sobre esticar as férias, vereadores de Diadema agora cogitam a possibilidade de pagamento de jetons (espécie de bônus) aos parlamentares por sessões extraordinárias. Líderes do movimento para acrescentar dias de descanso garantem internamente que levarão o debate para a reunião de amanhã, às 10h, com todos os vereadores.
A probabilidade de encorpar os salários com base na realização de sessões extraordinárias foi levantada pelo vereador José Zito da Silva, o Zezito, líder da bancada do PR na Casa. Ele até designou sua assessoria a redigir o projeto de mudança na LOM (Lei Orgânica do Município), com todas justificativas. Valores não foram colocados na discussão.
Desde 2001, a Câmara de Diadema veda o pagamento de parcela indenizatória adicional aos vereadores que comparecem às sessões extraordinárias. Hoje, cada parlamentar de Diadema recebe R$ 8.928,99 mensais, menor quantia da região. A Casa optou por não majorar os vencimentos no ano passado temendo estourar as finanças legislativas, pois a Câmara trabalha no limite das contas na cidade Diadema.
Nos bastidores, Zezito é um dos que mais articulam para ver aprovada a mudança que garante a extensão das férias parlamentares de 55 dias para 75 dias – há vereadores que querem aumentar para 85 dias o tempo de descanso por ano. O Diário revelou o debate interno na edição de ontem.
O republicano disse que não vai comentar discussões internas. “Somente vou emitir minha opinião quando houver projeto protocolado. Estamos apenas conversando.”
Autor do texto que reduziu o tempo de recesso dos vereadores, em 2005, o presidente da Câmara de Diadema, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), classificou como retrocesso a possibilidade de alteração nas regras atuais.
“Vi a reportagem e acho que não existe a necessidade de mudar isso. A Câmara Municipal de Diadema possui alguns pontos que nos orgulhamos, e ser uma das únicas cidades do País a ter período menor de férias é um deles. Não podemos retroceder nas conquistas”, analisou Maninho.
Atualmente, o parlamentar diademense descansa de 18 de julho a 31 de julho e de 23 de dezembro a 1º de fevereiro do ano seguinte. Entusiastas da mudança negociam a aprovação do texto antes do primeiro semestre, para que consigam repousar dias a mais no meio do ano.
Comenta-se nos corredores do Legislativo que Zezito e o vice-presidente da Câmara, pastor João Gomes (PRB), devem apresentar o texto acrescendo férias nesta semana. Apoiados por boa parte dos parlamentares, ambos dizem internamente que a extensão do recesso economizaria recursos aos cofres da Casa.
Fonte: Diário do Grande ABC