Por determinação do Tribunal de Justiça de São Paulo, a juíza da 3ª Vara Cível e diretora do Fórum em guia Rio Claro, Cynthia Andraus Carretta, será escoltada por policiais militares. A decisão foi tomada após o atentado registrado na tarde de quinta-feira (12), quando dois funcionários ficaram feridos depois da explosão de uma bomba caseira colocada dentro de um boneco de papai-noel. O artefato estava dentro de uma caixa dourada, endereçada à magistrada, e foi deixada em uma das recepções do prédio.
O presidente do TJ-SP, Ivan Sartori, recebeu Cynthia Andraus na noite de quinta-feira. Na mesma ocasião, outras duas juízas do Estado de São Paulo (que não tiveram a identidade revelada) também relataram que vêm recebendo ameaças e contarão com a proteção policial.
REPÚDIO
A afronta contra o Poder Judiciário em Rio Claro foi repudiada por várias esferas, entre elas o Supremo Tribunal Federal, cujo presidente Cezar Peluso vê o episódio como ‘terrorismo”. Na nota distribuída a toda a imprensa, o presidente do STF considerou o ato como ‘criminoso, abominável e violento’.
“O Estado e a sociedade não podem tolerar que, poucos dias após o início deste novo ano, seja o Judiciário, pela terceira vez, covardemente golpeado por terroristas que, aproveitando-se de artificioso e injusto clima de hostilidade à instituição como um todo, pretendem transtornar e impedir o trabalho de juízes e servidores, essencial à vida civilizada, à segurança coletiva e à dinâmica da ordem jurídica democrática”, diz a nota de repúdio.
A Ordem dos Advogados do Brasil da 4ª Subsecção de Rio Claro, através de seu presidente William Nagib, também emitiu nota a respeito dos fatos. Confira abaixo a íntegra do comunicado:
“A OAB repudia todo ato de violência, de qualquer espécie. O atentado de quinta feira causa indignação e perplexidade em toda a Classe. A OAB Rio Claro se solidariza com os Serventuários e Magistrados. Os advogados do Brasil, essenciais à administração da Justiça e baluartes na defesa dos Direitos Humanos, esperam rápida conclusão das investigações e punição dos responsáveis.
No atual e conturbado cenário envolvendo o Judiciário Paulista, o episódio no fórum de Rio Claro deixa à mostra certa fragilidade do sistema de segurança e a ausência de recursos técnicos e humanos para a garantia dos trabalhos forenses e do próprio cidadão. O lamentável ataque à cidadania abala a democracia e o verdadeiro Estado de Direito.”
Fonte: JC Rio Claro