A integração tarifária temporal é pouco utilizada pelos usuários do transporte na cidade de Diadema. Do total de aproximadamente 2,1 milhões de passageiros transportados por mês no município, apenas cerca de 3.600 pessoas pegam mais de uma condução pagando só uma passagem. O número equivale a somente 0,17% da somatória de viagens realizadas mensalmente na cidade.
Nos demais municípios do Grande ABC que possuem o sistema, o modelo de integração tarifária também não atrai grande número de adeptos. Em Mauá, dos cerca de 3 milhões de passageiros mensais, 20 mil fazem integração, média de 0,6% do total. Com proporção maior que os outros municípios (8,1%), São Bernardo registra baldeação em 467.032 das 5,7 milhões de passagens mensais. São Caetano transporta em torno de 660 mil usuários por mês, mas não informou quantas pessoas utilizam o sistema de integração.
O secretário de Transportes de Diadema, David Schmidt, acredita que o baixo número de pessoas que utilizam o programa está ligado a falhas no modelo de transporte que está em prática. “Os números mostram que existem problemas. Para corrigir, temos que ter noção de como está o cenário atual das viagens. Logicamente existe algum erro”, disse.
A Prefeitura de Diadema informou que já solicitou duas pesquisas, uma de origem e destino em toda a cidade e outra de transbordo nos terminais Diadema e Piraporinha. Os estudos serão realizados em março e abril, e irão apontar se há necessidades de intervenções, como remanejamento de linhas, quantidade de ônibus em determinada linha, entre outras mudanças. “Após fazer o levantamento, veremos qual o gargalo e onde podemos corrigir. Só assim conseguiremos tomar uma decisão correta”, afirmou Schmidt.
Na cidade, o sistema funciona com intervalo de 50 minutos para a integração. Durante esse período, o passageiro pode utilizar quantos ônibus conseguir embarcar.
Em São Bernardo, o usuário pode utilizar até três linhas municipais consecutivas com pagamento de apenas uma tarifa, no período de 90 minutos, de segunda a sexta-feira, e de 120 minutos aos sábados, domingos e feriados. O tempo para baldeação em Mauá é de 30 minutos nas linhas que passam no mesmo corredor, e de 60 minutos nas linhas que se cruzam. Em São Caetano, o passageiro pode pegar quantos ônibus forem necessários, desde que sejam da mesma rota.
Para o secretário de Transportes de São Bernardo, Oscar Silveira Campos, o sistema atual de transporte na cidade é ultrapassado e não racional. “É preciso modernização com racionalização das linhas. Quando tivermos os corredores (a Prefeitura possui projeto para construção de 12), iremos distribuir melhor os ônibus pela cidade.”
Cidade de Santo André promete modelo na cidade até maio
No mês passado, o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), anunciou que a cidade terá integração tarifária temporal no transporte público municipal até maio. A decisão foi tomada após reunião com os empresários das concessionárias de ônibus que atuam na cidade. A previsão é que seja utilizado modelo semelhante ao praticado em São Bernardo.
Em Ribeirão Pires, a integração é feita somente dentro da rodoviária, em área onde o usuário pode descer de um ônibus e entrar em outro de qualquer linha municipal sem que seja cobrada taxa adicional. A Prefeitura de Santo André informou que o prefeito Saulo Benevides (PMDB) já iniciou diálogo com a empresa responsável pelo transporte na cidade para a viabilidade da criação de bilhete que possibilite a integração entre as linhas municipais sem onerar o usuário.
Fonte: Diário do Grande ABC