Após uma desratização feita no último sábado (2) pelo Centro de Controle de Zoonose em um conjunto de prédios do programa de habitação popular Cingapura, localizado na rua Silas, no Sacomã, Zona Sul de São Paulo, ratos mortos surgiram por toda a extensão do condomínio. A moradora do local Josefa Basilio Vieira reclama que o órgão não veio recolher os animais e, desta forma, ficaram expostos até a quinta-feira (7).
“A Prefeitura de São Paulo está realizando uma obra de reforma nos apartamentos, que vai durar até o final de 2014. Como parte da obra, a desratização foi feita, mas não em todos os prédios. Somente no bloco 14 e 15. E ainda assim não exterminaram os ninhos dos ratos, que ficam localizados em carros abandonados”, relata Josefa.
A síndica do bloco 15, Rosilene Gomes de Sales, diz que alguns moradores fizeram um mutirão para recolher os bichos. ”Coloquei [os ratos] em dois sacos pretos. A coleta comum passou e eu disse: ‘sei que não é o trabalho de vocês, mas será que podem levá-los?’. Precisamos de dois homens para colocar os sacos no caminhão”, conta.
Em nota, a Supervisão de Vigilância em Saúde (SUVIS) do bairro do Ipiranga afirma que visitou o conjunto habitacional nesta sexta-feira (8) e esclareceu os moradores sobre os procedimentos realizados durante a desratização do sábado (2). Eles esclarecem que a desratização realizada pela Prefeitura é realizada com um veneno cujo efeito letal demora de 5 a 10 dias e os bichos acabam morrendo em suas tocas.
Porém, segundo o órgão, a presença dos animais mortos pelo prédio pode ser justificada pelo uso de “chumbinho” – um inseticida agrícola proibido que causa uma morte dolorosa nos animais, causa pânico nos outros ratos não intoxicados, e presença visível dos roedores mortos – “por algum morador”.
Sobre o recolhimento dos animais mortos, o órgão diz que ” a síndica foi informada sobre o serviço de coleta de animais mortos em via pública, com o telefone de contato deste serviço no bairro do Sacomã e solicitado a ela que multiplicasse a informação aos demais moradores”.
A equipe da SUVIS afirma que faz atendimentos constantes neste local, já que a grande oferta de alimento, como o lixo orgânico, ajuda na proliferação das pragas. Por essa razão, eles orientaram os condôminos sobre a importância do manejo adequeado do lixo.
Fonte: G1