Renda média cai em Diadema


A renda média do trabalhador da região teve queda real de 33,2% na comparação entre 2000 e 2010. Enquanto no início da década a remuneração média era de R$ 1.738,46, dez anos depois passou para R$ 1.161,01. O decréscimo foi superior ao dos moradores da Capital, de 31%, tendo em vista que a renda deles passou de R$ 2.372,65 para R$ 1.623,97. A média estadual diminuiu 32% ao atingir R$ 1.192,24, e a nacional 29,8%, para R$ 901,01.

Os dados fazem parte da pesquisa de amostra do Censo 2010, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), publicados ontem e comparados com os resultados do Censo 2000. Para chegar à variação real, foi considerada a inflação acumulada, entre as coletas das duas pesquisas, do indicador oficial, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Na avaliação do professor de Economia da Universidade Metodista de São Paulo e da Uscs (Universidade Municipal de São Caetano) Sandro Maskio, o setor industrial teve boa participação na queda real da renda da população do Grande ABC. Isso porque a indústria não apresentou seus melhores resultados durante alguns períodos considerados de instabilidade econômica e falta de confiança na década. E desta maneira gerou impacto no mercado de trabalho, principalmente apresentando muita variação para baixo no emprego e atingindo, diretamente, a massa salarial da região.

Exemplo disso é a participação da indústria da transformação – a mais forte na região – nos empregos totais do Grande ABC, que caiu de 55,64%, em 1990, para 37%, em 2000, e seguiu a esteira até 32,9%, em 2009. Os dados são de levantamento de Maskio, pelo Observatório Econômico da Metodista. Por outro lado, a participação do setor de serviços subiu de 21,19%, em 1990, para 37%, em 2000, e depois para 38,28%, em 2009. “Os serviços não foram fortes o suficiente para segurar, pois a indústria sempre foi a maior geradora da massa salarial na região”, destacou.


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Quando são considerados apenas os empregos formais no Grande ABC, disse Maskio, é possível entender um pouco o cenário. A renda média neste segmento teve aumento real, de 2000 para 2009, de apenas 0,54%.

Entre 2000 e 2005, fatos como a mudança para câmbio flutuante e o início do governo Lula, que gerou desconfiança, contribuíram para o recuo real da renda. De 2006 a 2008, foi um momento interessante para a indústria, mas não o suficiente para segurar o resultado geral da década, tendo em vista que em 2008 o banco norte-americano Lehman Brothers quebrou, o que deu início à crise financeira mundial.

Ribeirão Pires (-40%), Diadema (-38%), Mauá (-37%) e São Bernardo (-35%) tiveram as maiores quedas reais na renda média mensal da população com dez ou mais anos de idade, seguidos por Rio Grande da Serra (-32,5%), Guia Santo André (-29,8%) e São Caetano (-26,5%).

Fonte: Diário do Grande ABC