MP cogita cassar mandato de Talabi em Diadema


O Ministério Público abriu investigação para apurar suposto caso de infidelidade partidária do vereador da cidade de Diadema Talabi Fahel. O parlamentar trocou o PSC pelo PR em setembro, alegando ter sido expulso do antigo partido, pelo qual recebeu 2.935 votos em 2008.

No ofício encaminhado ao vereador, a promotoria questiona os motivos pelos quais Talabi trocou de legenda durante o mandato, prática condenada pela Lei de Fidelidade Partidária. Cogita, inclusive, pedir a cadeira do parlamentar ao enquadrá-lo na legislação eleitoral. Caso a punição seja aplicada, o ex-presidente da Câmara de Diadema José Zito da Silva, o Zezito – que também migrou para o PR – assumiria o posto.

Talabi diz que ainda não foi notificado oficialmente, mas afirmou estar tranquilo com relação à possível perda de mandato. “Não saí por armação. Fui expulso do partido.” A Lei de Fidelidade Partidária abre exceções para troca de siglas, como expulsões, perseguição ou ingresso em legenda recém-fundada.

O presidente do PSC de Diadema, Teodózio Silva, preferiu não comentar o caso. Em julho, a legenda protocolou ofício no Legislativo solicitando a desfiliação de Talabi. À época, Teodózio justificou a medida por pedido do próprio parlamentar, que negociava com o PR. Contou ainda que não pediria a cadeira do ex-filiado. Talabi garantiu que não havia acordo com o PR e que a expulsão foi determinada pelo diretório municipal.


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Em resposta à promotora, a executiva municipal do PSC informou que Talabi deixou os quadros de filiados por “infidelidade com o projeto partidário.” Alegou que o parlamentar chegou a apoiar candidatos de outras agremiações na eleição de 2010.

O PSC, em 2008, apoiou Mário Reali (PT), indicando Gilson Menezes (hoje no PSB) como vice. O acordo político envolveu as secretarias de Cultura, com Regina Ponce (mulher de Gilson, que está no PDT), e Segurança Alimentar, com Pedro Soares (hoje no PR).

Em 2009, para amarrar o PSB no bloco governista, Reali convenceu Gilson a se filiar na trincheira socialista. A saída do vice-prefeito esvaziou o PSC, que perdeu Regina Ponce, Pedro Soares e suplentes como Zezito, José Carlos Gonçalves e Reinaldo Meira, hoje no PR. Candidato a vice na chapa de José Augusto da Silva Ramos (PSDB), Manoel José da Silva, o Adelson (PSB), foi nomeado secretário de Segurança Alimentar – Pedro Soares foi transferido para Assistência Social.

Fonte: Diário do Grande ABC