Comércio investe forte em Diadema


Há dez anos, 238 pessoas foram mortas na cidade de Diadema. Não haviam redes multinacionais de supermercados, muito menos um shopping. Hoje, a situação na cidade é bem diferente. Deixou de ser o município mais violento do ABCD e foi descoberta pelo comércio.

Na última década, redes de supermercados como o Extra e o Carrefour, uma unidade do  Mc Donald’s  e o Shopping Praça da Moça abriram suas portas na cidade. Segundo a administração municipal, só nos últimos três anos, o número de estabelecimentos  abertos cresceu mais de 37,4%. Passou de 457 novos estabelecimentos em 2009 para 729  em 2010.

A geração de emprego acompanhou o crescimento do setor, o segundo que mais empregou neste ano. Somente no primeiro semestre, das  1.558 pessoas que conseguiram emprego pelo Centro Público de Emprego Trabalho e Renda de Diadema,  413 foram  nos estabelecimentos comerciais.

Classe média/ Além da queda dos índices de criminalidade, o professor  da FIAP (Faculdade de Informática e Administração Paulista), Marcos Crivelaro destaca  que o surgimento da chamada  nova classe média ajudou a atrair novos negócios para a cidade.


“O foco tem sido a criação de empresas voltadas ao pequeno varejo, para suprir a demanda de consumo da nova classe média e também dos pequenos comerciantes que estão surgindo”, afirmou.

Esses fatores, unidos à mudança de estratégia por parte das grandes redes, ajudam a explicar o desempenho do comércio na cidade. “Os grandes varejistas estão descentralizando as suas unidades, de modo a atender mercados que, até pouco tempo, eram atendidos pelos pequenos negócios”, completou.

Oferta /Enquanto isso, o consumidor só tem a agradecer. A bloquista Deuselita Cavalcanti, 46 anos, afirma que já não precisa mais sair de Diadema para fazer compras.

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“Sempre procurei comprar tudo por aqui. A situação melhorou nos últimos anos. Agora ninguém quer sair daqui para fazer compras. Acho que as lojas estão percebendo isso”, destacou.


Opinião semelhante a da dona de casa Maria Jovina Inácio, 49 anos. “Procuro comprar tudo aqui na cidade. Com o crescimento os preços de muitas coisas também estão melhorando”, afirmou.

Outro lado /Quem não está gostando da chegada de novas lojas são os comerciantes antigos da região central.

Funcionária de uma loja de sapatos com meio século de existência, Iraci Severino de Moura, 44 anos, comenta que o faturamento diminui a cada ano. “Trabalho aqui desde 1992, mas nos últimos sete anos, só tem piorado. Mesmo fazendo promoções é difícil competir com as grandes lojas e o comércio do shopping da cidade”, ressaltou.

Em outra loja, desta vez de roupas, foi a vez da gerente Elaine Silva, 18 anos, lamentar. “As pessoas acham mais cômodo comprar no shopping. Trabalho há seis meses aqui, mas todo mundo diz que as vendas eram melhores”, disse.

Fonte: Rede Bom Dia