Duas cidades do Grande ABC reclamam que o Censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) ‘sumiu” com aproximadamente 40 mil moradores, 26.773 em Santo André e 13.961 em Diadema.
A divergência entre os números estimados pelas prefeituras e os divulgados recentemente pelo instituto preocupa as administrações municipais porque, com menos habitantes, menor será o repasse de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadores e Serviços) por parte do governo estadual. Ou seja, menos dinheiro nos cofres municipais.
Segundo as contas do prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), a diferença no número de habitantes poderá custar cerca de R$ 1,4 milhão por ano aos cofres municipais. “O próximo Censo será somente daqui a 10 anos, o que pode significar R$ 14 milhões a menos para investimentos. Com esse dinheiro, a gente melhora a Saúde, a Educação…”, comentou Aidan Ravin.
Para tentar evitar essa sangria nas receitas da Prefeitura, o prefeito solicitou ao departamento jurídico que entrasse com pedido de revisão nos números do Censo 2010, que apontam 673.714 habitantes em Santo André. No entanto, a administração municipal chegou a 700.487 moradores por meio do cruzamento de dados técnicos compilados pelo Dise (Departamento de Indicadores Sociais e Econômicos).
DIADEMA
A Prefeitura de Diadema havia protocolado pedido de revisão junto ao IBGE em 24 de novembro, logo após o instituto divulgar dados preliminares do Censo 2010, Houve certa precipitação da Prefeitura naquele momento, porque o levantamento ainda não estava fechado.
Os dados finais divulgados pelo instituto em 29 de novembro apontam que Diadema possui 386.039 habitantes. O município ainda aguarda retorno do instituto, pois estima que a cidade tenha 400 mil moradores. Segundo a administração, Diadema perderia cerca de R$ 850 mil por ano em ICMS.
O instituto informou ontem que todos os pedidos estão sendo estudados, mas que confia nos dados do Censo porque são rigorosamente analisados e confrontados com amostras anuais do instituto, por meio de um software.
Fonte: Diário do Grande ABC